Disciplina:
SOCIOLOGIA
Público
Alvo: 2º A e B
Professor:
DANILO
Atividade 1:15/06
Atividade 2: 30/06
Habilidades:
Desenvolver
o espírito crítico dos alunos e sua capacidade de observação da sociedade.
Refletir
sobre a questão da diversidade nacional de forma crítica.
Conteúdo:.
Diversidade Nacional
Atividade 1: Realizar a Leitura do roteiro de estudos, assistir o vídeo "Desigualdade Global - Capítulo 5: Brasil e responder o exercício proposto.
Cultura brasileira: da diversidade à desigualdade
Texto escrito por Francisco
Porfírio Professor de Sociologia
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira-diversidade-desigualdade.htm
SOCIOLOGIA
Apesar de ser um país com uma
vasta constituição cultural, o Brasil apresenta elementos que atestam a
desigualdade social entre as diversas culturas que o constituem.
A cultura brasileira é
diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade social. A desigualdade
social, uma característica marcante de nosso país, é atestada pela evidente
hegemonia de uma classe social nos processos de divisão social do trabalho e de
divisão da renda, além de fatores como o acesso à saúde, educação, saneamento e
segurança.
Apesar de vasta e ampla, a
cultura brasileira torna-se símbolo de status para as elites, que selecionam
arbitrariamente aquilo que deve ou não ser consumido, relegando o que não foi
selecionado para o limbo da produção cultural. Ademais, a nossa rica cultura
popular faz contraste ao nosso povo, desprovido, muitas vezes, de insumos
básicos para a sobrevivência.
É comum escutarmos que o Brasil é
um país miscigenado, de cultura vasta e crenças religiosas sincréticas. De
fato, a formação étnica do povo brasileiro ocorreu, primeiramente, com a
miscigenação entre povos africanos, portugueses (que já tinham em sua linhagem
traços de miscigenação entre povos diversos do continente europeu) e indígenas.
Ao longo do tempo decorrido,
desde o início da república, o Brasil recebeu imigrantes italianos, japoneses,
alemães e de outros países sul-americanos. Isso somente atesta que, tomando o
significado de cultura por uma concepção geral que envolve os hábitos,
costumes, a culinária, as crenças e o modo de vida geral de um povo, o Brasil é
realmente vasto.
Porém, essa concepção diversa da cultura brasileira pode resultar em um olhar equivocado quanto à não existência de mazelas sociais, como a desigualdade social, o elitismo cultural e o racismo.
Gilberto Freyre, em Casa Grande e
Senzala, aponta sua análise sobre a sociedade colonial brasileira para um rumo,
no mínimo, estranho: ele fala de uma relação harmônica entre negros e brancos
no Brasil Colonial, o que parece ser um eufemismo que relativiza o que
realmente aconteceu – a dominação pura e simples de brancos contra negros.
Link no livro em PDF (leitura
recomendada)
A miscigenação que Freyre utiliza
como dado para atestar a sua teoria nada mais foi que fruto de abusos sexuais e
estupros de homens brancos contra as suas escravas e contra as mulheres
indígenas. Quando se relativiza a dominação branca durante o período colonial,
tende-se a apoiar um racismo estrutural que perdura até hoje.
O elitismo cultural (que apesar
de toda a vastidão cultural brasileira, existe por aqui) também é fator
estruturante para a manutenção das desigualdades sociais que privilegiam etnias,
classes sociais e regiões.
Durante muito tempo, a
Antropologia formulou teorias que tentaram justificar a existência de culturas
superiores e inferiores, de acordo com o desenvolvimento fenotípico dos povos
que criaram essas culturas. Uma dessas teorias é o darwinismo social, que
passou a ser questionado por Franz Boas, no fim do século XIX, e somente caiu
de vez a partir do estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.
Formação e diversidade cultural da população brasileira
O território brasileiro era
habitado, até 1500, pelos povos nativos, chamados pelos europeus de índios.
Porém, não havia apenas uma tribo ou uma vertente cultural indígena nas terras
que os povos Tupi chamavam de Pindorama: eram quatro agrupamentos linguísticos
diferentes (Tupi-Guarani, Jê, Caribe e Aruaque). Esses grupos étnicos eram
divididos em milhares de tribos, essas divididas em aldeias. Cada tribo possuía
seus costumes.
Com a captura e escravização dos
povos africanos, pudemos observar uma vastidão cultural semelhante à dos povos
indígenas, pois não havia uma só tribo de onde os portugueses capturavam os
africanos ou uma só cultura africana. Os povos africanos eram vastos, divididos
em várias tribos e de várias origens étnicas diferentes, o que conferiu à
formação cultural afro-brasileira uma vastidão e amplitude tão diversa quanto à
indígena.
A vinda de povos brancos, de
origem europeia, para o Brasil, tanto portugueses (que por si só já tinham uma
origem poliétnica) como a vinda de italianos e alemães, contribuiu para a miscigenação
de nosso povo. No Brasil, surgiu uma cultura ímpar, fruto da forte
miscigenação, que resultou em produtos culturais populares sem igual no mundo.
Há também em nossa terra e na formação de nosso povo o sincretismo religioso devido à mistura de crenças, o que resultou, por exemplo, no surgimento de uma religião genuinamente brasileira: a umbanda, que mistura elementos do candomblé e do kardecismo.
EXERCÍCIO.
1- PRODUZA UM TEXTO (GÊNERO TEXTUAL LIVRE) DE APROXIMADAMENTE 20 LINHAS RESPONDENDO A QUESTÃO.
QUAL RELAÇÃO É POSSÍVEL ESTABELECER ENTRE A DIVERSIDADE ÉTNICA-CULTURAL COM A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL?
ATIVIDADE 2: Assistir o filme "12 anos de escravidão" realizar a leitura do roteiro de estudos, assistir também os vídeos "Desigualdade racial no Brasil: 2 minutos para entender" e a entrevista realizada pelo Jornal Ponte com o Rapper paulistano Emicida. Em seguida responder os exercícios.
PARA MELHOR COMPREENDER O QUE FOI A ESCRAVIDÃO E
PORQUÊ É CONSIDERADA A MAIOR PERVERSIDADE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE E O FATO DE
REFLETIR COM TANTA INTENSIDADE NA ATUALIDADE ASSISTA O FILME “12 ANOS DE
ESCRAVIDÃO” DISPONÍVEL NO YOUTUBE. O FILME TRAZ O CONTEXTO NORTE-AMERICANO, MAS
EXISTEM DIVERSAS SEMELHANÇAS COM O QUE FOI PRATICADO NO BRASIL.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=zZQ9i6RoWYo
Preconceito cultural no Brasil
Desde o início da colonização, um
elitismo cultural reina no Brasil, pois os portugueses viam a si mesmos como
superiores e os povos nativos como inferiores. O trecho transcrito a seguir atesta
essa visão etnocêntrica:
“A língua deste gentio toda pela
costa é uma, carece de três letras, não se acha nela f, nem l, nem r, coisa
digna de espanto, porque assim não têm fé, nem lei, nem rei, e desta maneira
vivem sem justiça e desordenadamente”i.
Mais tarde, quando os africanos
começaram a ser escravizados por povos europeus, a escravidão assentava-se,
igualmente, em um etnocentrismo racista e em um elitismo cultural: os europeus,
brancos, julgavam-se superiores aos africanos por seus fenótipos e por suas
características culturais que, no julgamento dos próprios europeus, eram
superiores.
Os europeus tinham um sistema
político governamental e com formação estatal, dominavam a pólvora e a escrita,
além de terem moeda e iniciarem o capitalismo mercantilista. Os povos do sul
desenvolveram-se de maneira diferente. Com exceção de alguns povos
mesoamericanos, nativos da África e da América viviam em contato com a natureza
e não estabeleciam relações comerciais nem centralização de poder.
O modo de vida dos nativos
africanos e americanos era autossuficiente, e a sua cultura tinha ganhado
contornos diferentes da cultura europeia. A justificação do domínio pela
cultura é um forte elemento do preconceito cultural no Brasil.
Hoje, podemos falar da existência
de um elitismo que culmina na discriminação daquelas pessoas marginalizadas
(que estão à margem da sociedade, devido à exclusão social) e em um racismo
estrutural. O racismo estrutural, muito forte no Brasil, é um tipo de racismo
velado e indireto. Ele pode ser manifestado por meio de dados socioeconômicos,
como os que apontam que os negros ganham, em média, 1,2 mil reais a menos que
os brancos, segundo levantamento do IBGE.
ASSISTA AO VÍDEO: “DESIGUALDADE
RACIAL NO BRASIL: 2 MINUTOS PARA ENTENDER!” DISPONÍVEL NO YOUTUBE;
Esse tipo de racismo arrasta-se
sorrateiramente desde a abolição da escravidão, que deu a liberdade por direito
aos negros escravizados, mas não deu suporte educacional, econômico e de assistência
básica para que aquela população pudesse organizar a sua vida. Teorias que
apontam para uma democracia racial, como a de Gilberto Freyre, somente
reforçaram a ideia de que estava tudo bem, quando não estava.
Por não possuir um regime de
apartheid, como houve nos Estados Unidos, o brasileiro médio (em especial a
população branca) cresceu acreditando que havia oportunidades iguais para
negros, brancos e indígenas, quando, na verdade, nunca houve, e quem sofre com
isso diariamente são os negros de classe baixa. Esses aspectos atestam que
existe uma direta relação entre desigualdade social e diversidade cultural.
Diferença entre diversidade cultural e desigualdade social
Em termos de estrita
interpretação, diversidade cultural e desigualdade social são completamente
diferentes. Desigualdade social faz referência à diferença entre as classes
sociais e aos rendimentos de cada classe. Diversidade cultural faz referência à
vasta quantidade de culturas diferentes existentes em um nosso território.
No Brasil, a associação entre os
termos “desigualdade social” e “diversidade cultural” é possível, pois apesar
de nossa diversa formação cultural, a exclusão social apresenta-se como um
fator de exclusão que se manifesta, majoritariamente, por meio da diferença entre
as diversas culturas que formam a população brasileira.
PARA CONCLUIR A AULA ASSISTA
ENTREVISTA COM O RAPPER EMICIDA REALIZADA PELA PONTE JORNALISMO SOBRE RACISMO E
CONSCIÊNCIA RACIAL.
https://www.youtube.com/watch?v=n7DcbOpKUw8





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